Confira partes deste excelente artigo, publicado na revista inglesa “The Economist“, uma das principais publicações de negócios no mundo, em 1997:
Uma pesquisa recente da Associação das Firmas de Consultoria Gerencial descobriu que empresários, acadêmicos e consultores prevêem que a estratégia dos negócios será o tema gerencial mais premente nos próximos cinco anos.
Pedir a um teórico que defina estratégia é o mesmo que pedir a um filósofo que defina o que é a verdade. Mas a estratégia trata, basicamente, de duas coisas: decidir para onde você quer que a sua companhia vá, e, então, como você quer conduzí-la até lá. Nos anos 70, muitas empresas confiavam ainda no “Plano Estratégico Anual” elaborado por um departamento especializado. Isso não durou muito. Delegar decisões dessa ordem a pessoas estranhas ao chão da fábrica não era uma boa maneira de gerar novas idéias em indústrias em rápida mutação.
O desaparecimento dos departamentos de planejamento estratégico não eliminou, porém, a necessidade da estratégia. Uma companhia está bem aconselhada quando sabe para onde está indo e a busca pela estratégia sem o planejamento estratégico levou as empresas a direções exóticas (definições de missão, “visionamento”, etc.). Aí pode estar o motivo pelo qual assistimos, no ano passado, uma fuzilada de artigos tentando redefinir o que significa estratégia.
Michael Porter, professor na Harvard Business School, argumenta que estratégia diz respeito a achar uma posição no mercado que melhor se ajuste às competências de uma organização. Mas num artigo que suplantou por estreita margem o do Sr. Porter, para ganhar o prêmio McKinsey de melhor artigo do ano da revista Harvard Business Review, Gary Hamel, professor na London Business School, sugeriu que estratégia significava decidir como será o futuro de um determinado mercado e então estender as habilidades da organização de modo a obter vantagens daquele mercado.
Visto dessa forma, a teoria do Sr. Hamel soa um pouco, digamos, teórica. Imaginar mercados futuros é muito bom no Vale do Silício, mas como diferenciar a visão do futuro de uma fábrica de ração canina das outras? E é sob esta ótica que este site irá se basear, principalmente, na estratégia pela visão de Michael Porter.