HSM Expomanagement 2013 – Dia 3 – Tarde

Categoria: Outros | 06.11.2013 | sem comentários



A última tarde do evento começou após uma apresentação da orquestra do Maestro João Carlos Martins, que eu não consegui assistir para almoçar e publicar o texto da manhã.
A primeira palestrante da tarde foi Betania Tanure, que é professora na PUC e veio falar sobre Inércia Organizacional x Desempenho Extraordinário. A palestra não foi inercial por que o conteúdo estava indo bem, mas de repente caímos em um abismo de subjetividade e superficialidade, e eu preferia a inércia.
Ela tentou envolver a plateia com perguntas, histórias com o público e dando oportunidade para um diálogo com a pessoa ao lado na plateia. Pra mim, não colou.
Em seguida, com esta baliza, Clovis de Barros Filho fez sua melhor aparição entre as 3, e pela felicidade da plateia com alguns berros e palavrões, deve ser algum tipo de piada corporativa (estilo Dilbert), que só o pessoal das grandes corporações deve achar engraçado. Deve não, pois ele foi aplaudido de pé, por uma platéia muito entusiasmada.
Depois destas duas falas parei para pensar que é importante o time do evento saber o que cada participante (ou cluster) espera, e, no meu caso, sou mais conteúdo técnico, e que de preferência não seja facilmente lido em livros/artigos/revistas. A bull-shit corporativa não me apetece nem um pouco.
Em seguida tivemos Jaime Troiano, presidente do Grupo Troiano de Branding, sendo este o assunto que ele veio tratar. Ele usou a frase de Nick Graham, de que a marca é o parque de diversões, e o produto é o souvenir.
E apresentou um gráfico muito bacana, retirado do livro “Firms of Endearament”, onde um portifólio de marcas que inspiiram cresce 2-3x mais que as “Good to Great” do Jim Collins, e quase 10x mais que as empresas do S&P 500.
Ele deu um nome bacana para o momento atual, de que falta profundidade, e que as pessoas são muito movidas pelo aqui e agora, sem se preocupar com a longevidade, e os efeitos duradouros de uma marca. Falou que as marcas que geram valor são as que conseguem se colocar como relevantes, ou seja, que conseguem mostrar ao cliente que ele vai atingir a posição que eles querem atingir.
Deixou uma pergunta no ar para definir o propósito da marca: “O que o mundo perderia se a sua marca deixasse de existir amanhã?”.
Mandou muito bem contando a história (e mostrando o vídeo) sobre a mudança de slogan da Rede Globo, de “A gente se vê por aí” para “A gente se liga em você”. E por final, citou 6 armadilhas que fazem empresas acabarem com o valor da sua marca, entre elas: mudar de agência de comunicação sempre, achar que marca é só responsabilidade do Marketing, e ignorar o pessoal do RH na discussão de marcas.
E, por último, provavelmente o mais esperado do evento, e que dispensa introduções: Philip Kotler.
Ele começou perguntando quem já havia lido o livro dele, e dizendo que os livros não servem mais para o mercado de hoje, e por isso está na 14a edição.
Ele disse que a palestra será focada em crescimento (Growth), e disse que um dos caminhos é M&A (Mergers and Aquisitions, Fusões e Aquisições), e disse estar chateado por que agora os brasileiros são donos de 3 marcas genuinamente americanas: Heinz, Burger King e Budweiser.
Disse também que o Brasil, nos últimos 30 anos, cresceu consistentemente 5% ao ano, só perdendo para a China, 8% a.a. E falou que desde 2008 estamos vivendo uma grande recessão, que este ano vai fazer o Brasil crescer 2,5% este ano, e que vai continuar assim nos próximos anos, e que ele não vê nada acontecendo para melhorar isso, e para nós ficarmos felizes, pois há países como a Espanha que ainda não possuem horizonte de voltar a crescer.
Ele disse que a China também está crescendo menos, e que o caminho para eles é criar um mercado consumidor maior, pois se focaram em apenas exportar. E que o Brasil tem déficit (acho que não), e que sempre foi um importador, e desenvolveu seu mercado interno, mas não focou em construir marcas globais.
Disse que o primeiro plano de dominação mundial do Brasil deveria ser a América Latina (em breve, Grupo WTW Paraguai), e que o livro novo dele indica 8 caminhos para crescer.
Ele mostrou então um mapa da terra que ele chamou de “A Oportunidade”, que mostra que temos 7 bi de pessoas, mas que 5 bi são pobres e não possuem poder de compra (parte escura do mapa):
Mapa mundi mostrando os 5 bilhões de pobres
Ele comentou que, em sua visita à India, lá as pessoas compram cigarros por unidade, e que as pessoas não tem poder de compra para 20 cigarros. Ele citou o excelente trabalho de C.K. Prahalad, “Fortuna na base da pirâmide” e também um livro dele mesmo, que indicam caminhos para atender este mercado de 5 bilhões de pessoas.
Depois deste mapa, seus slides voltaram para o velho e conhecido padrão “Transparência”, e Death by Powerpoint, mas com muito conteúdo.
Ele comentou que as grandes multinacionais européias e americanas estão perdendo espaço para as do BRIC, que vêm com menor preço, menor custo, e estão sendo criadas com tecnologias mais modernas. E que estas empresas não estão procurando margens de 1-5%, mas sim 40%, e com alto desejo de consumo, globalmente.
E então ele apresentou os capítulos do livro dele, com alguns comentários sobre cada caminho:
1 – Construindo seu share (fatia) de mercado
2 – Desenvolvendo consumidores, fornecedores e acionistas comprometidos
3 – Construindo uma marca forte
4 – Inovando em produtos, serviços e experiências
5 – Expansão Internacional
6 – Fusões, Aquisições, Parcerias e Joint Ventures
7 – Criar uma grande reputação de responsabilidade social
8 – Parcerias com o governo e ONGs
Ele lembrou que o custo de se manter um cliente B2B é de 20-50 vezes menor que o de atrair um novo.
Vou ficando por aqui, e espero ter conseguido passar uma visão de insider do evento, e um pouco também das ideias aqui transmitidas! Até o próximo evento, e acesse os outros artigos do blog.


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