Review do livro: Novas Tecnologias versus Empregabilidade

Categoria: Artigos | 31.05.2014 | sem comentários



Com depoimentos de Tim O’Reilly (Editora/Mídia), Gary Hamel (Estratégia) e John Hagel (Deloitte), e também tendo Andrew McAfee (que tive a felicidade de ouvir no HSM Expomanagement 2013) como co-autor, o livro já começa com uma presença imponente.

A proposta de Erik Brynjolfsson é discutir, em 92 páginas, o impacto irreversível que a revolução digital (automação e robótica, internet e novas tecnologias em geral) possuem na geração (ou destruição) de empregos e na economia como um todo.

O autor baseia sua análise em dados do PIB e de empregos nos Estados Unidos, o que desanima um pouco no começo, mas quando ele apresenta os gráficos desde a década de 90 pra cá, percebe-se uma correlação enorme dos efeitos que ele descreve para o mercado americano, e que podem ser traduzidos para a realidade brasileira. Num mundo globalizado como o nosso, a correlação dos mercados e comportamento das pessoas é cada vez maior, independente do país.

Ele organiza o livro em quatro partes, sendo:

A influência da Tecnologia nos Empregos e na Economia

Nesta parte inicial trabalha em cima de um autor que gosto (e cito) muito, Jeremy Rifkin, que em 1992 escreveu “O Fim dos Empregos“, sendo citado como o livro que melhor explicou a questão das demissões (e consequentes contratações) geradas pela automação das fábricas, principalmente de automóveis e indústria pesada.

No entanto, Brynjolfsson (que nome!), com 22 anos de dados que Rifkin antes só podia supor, coloca que, mais forte que o processo de flexibilização das leis trabalhistas e diminuição da força da relação empregatícia, um outro processo se destaca mais ainda neste cenário, o do empreendedorismo.

Humanidade e Tecnologia na Outra Metade do Tabuleiro de Xadrez

Você pode estar imaginando que tabuleiro de xadrez é este, mas o livro conta a história apócrifa do pseudo-criador do jogo de xadrez, que quando inventou o jogo, apresentou ao rei, que disse que ele poderia escolher a recompensa que quisesse, e o criador do jogo disse que queria pouca coisa, apenas 1 grão de arroz para a primeira casa do tabuleiro, 2 grãos para a segunda, 4 para a terceira, e assim, dobrando sucessivamente até a 64a casa.

O que para o rei parecia pequeno no começo, quando chegou à metade do tabuleiro, ainda estava dento da capacidade financeira do rei (que era rico), mas que na 33a casa já estava impagável (afinal, era o dobro), e na 34a o rei mandou matar este inventor.

Ele usa este conceito, e embasa-se na Lei de Moore, para colocar que o avanço da tecnologia cresce exponencialmente, e que se estamos espantados com o que aconteceu nos últimos 20 anos, provavelmente os avanços dos próximos 5 será maior que estes vinte.

Destruição Criativa: A Economia da Tecnologia Acelerada e do Fim dos Empregos

A destruição criativa é um termo cunhado pelo economista Joseph Schumpeter, e é considerado o termo que deu origem ao conceito de empreendedor.

Schumpeter considera o empreendedor aquele que gera inovações que modificam a realidade de um setor. Neste cenário da tecnologia, o impacto destas mudanças na realidade são de enormes proporções.

O que pode ser feito? Prescrições e Recomendações

Ao final, o autor decidiu por enumerar 17 (na verdade 19) ações claras para encarar este novo cenário, que, apesar do foco no cenário americano

Uma leitura rápida, moderna e bastante pés-no-chão, para enfrentar os desafios do mundo do trabalho para pelo menos a primeira metade deste século.

Recomendo:

Capa do Livro Novas Tecnologias versus Empregabilidade

Novas Tecnologias versus Empregabilidade



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