Tecnologia se mostra principal aliada para evitar mau gerenciamento
No último dia 25 de março, um dos programas de moradias populares mais famosos, o Minha Casa Minha Vida, completou 10 anos, e é olhando para o passado que conseguimos ver o impacto que esse tipo de iniciativa tem em nosso país.
De acordo com dados do IBGE, o Brasil conta com um déficit habitacional de cerca de 8 milhões de moradias. Mais de 80% das pessoas que precisam de moradia possuem renda inferior a três salários mínimos. O problema habitacional é uma questão histórica no país e deve ser observada com bastante atenção.
Mas, além de importante instrumento no atendimento da alta demanda por moradias dignas para parcelas da população que não tem acesso a condições básicas de sobrevivência, os programas de moradias populares estimula a economia nacional. Grande estimulador do setor de construção, também gera emprego, renda e tributos.
Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social
Para que esse tipo de programa possa existir ele precisa de recursos, mais especificamente do FNHIS. O Fundo Nacional De Habitação de Interesse Social tem o objetivo de centralizar e gerenciar os recursos orçamentários para os programas dentro do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS).
Os recursos do FNHIS é aplicado de forma descentralizada, por intermédio dos Estados, Distrito Municipal e municípios que assinaram o termo de adesão ao SNHIS e cumprem as condições estabelecidas.
Os desafios na gestão de recursos habitacionais
De acordo com Eduardo Vicentin, administrador e gestor do setor de Custos e Patrimônio do ICESP – Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o FNHIS é um recurso que deve ser administrado da forma mais eficiente possível, por fazer parte de algo tão relevante para a economia brasileira.
“O FHIS é um recurso bem grande e deve ser, para ser compatível com os gastos de onde é aplicado. E na hora de gerenciar recursos dessa grandeza assim há duas preocupações: eficiência de gestão e aplicabilidade”, afirma.
Eduardo comenta que é preciso que haja uma atenção extra na forma como o recurso é distribuído, segundo ele ter amplo conhecimento sobre o projetos habitacionais e gestão de recursos é fundamental para que não haja percalços durante a execução do projeto.
O profissional é enfático também ao falar sobre idoneidade, de acordo com sua experiência toda gestão de recursos de grande magnitude deve ser feita de forma idônea. Não importa se está nas mãos do Estado ou da iniciativa privada.
Os desafios da gestão e como se pode enfrentá-los
Dentro da gestão financeira é preciso tomar alguns cuidados, ainda mais quando os recursos a serem geridos são grandes. É necessário que se tenha noção técnica para separar o que são custos, despesas, investimentos, variáveis e patrimônio líquido, além de conseguir alocar dentro da gestão os empréstimos e financiamentos.
Eduardo Vicentin acredita que a tecnologia pode ser a resposta na hora de gerir recursos tão abundantes. Se a aplicabilidade é um desafio, de acordo com o administrador também há problemas no controle financeiro e de estoque. Eduardo acredita que toda e qualquer ferramenta que torne o gerenciamento mais simples e eficiente é bem-vinda.
Existem diversas iniciativas no mercado capazes de organizar até o cadastramento e armazenamento de dados dos candidatos às moradias populares, não permitindo que pessoas já cadastradas não possam usufruir novamente do benefício, por exemplo.
Há também a questão da transparência, em que todas as informações sobre o uso do dinheiro, andamento das obras e oferta de serviços possam ser atualizadas em tempo real e as pessoas da sociedade possam fiscalizar. Softwares de gestão possibilitam uma administração mais moderna e ágil, em que os dados são analisados em tempo real e garantem que as atividades realizadas estão dentro dos parâmetros.